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domingo, 1 de maio de 2011

Ah, eu tenho anos de experiência, porque estudar?
Por Adeildo Fernandes

Embora no ambiente de trabalho surjam amizades, inimizades, romances e até casamentos, este não é o objetivo das empresas. Não somos um grupo de amigos que se une para pescar no final de semana. Nem um grupo de turistas que freta um ônibus para conhecer as belezas de João Pessoa. Formamos equipes de trabalho. As empresas contratam cada um de nós porque precisa resolver seus problemas. 

As equipes de trabalho existem para encontrar estas soluções, viabilizá-las e executá-las. E as empresas são constituídas para produzir algo de qualidade, vender e obter lucro. É assim e sempre será. Onde não é assim, a economia do país é um frangalho (veja o exemplo de Cuba. Socialistas, me desculpem, mas se a “Ilha” é tão boa, porque as pessoas fogem de lá? Deveriam fugir para lá). Mesmo as empresas de turismo, que organizam aqueles grupos com destino à bela João Pessoa - sim, pasmem - elas também são organizações mercantis que visam o lucro.

É, as empresas não nos contratam para lidarmos com os nossos problemas. Deixemos eles de lado, pelo menos no local de trabalho ou a serviço, onde o que interessa (para o que somos pagos) é: resolver os problemas da organização. As empresas contratam nossas mentes, nossos talentos, nossos braços, nossa imagem, voz, enfim, elas pagam e querem receber aquilo que foi combinado na entrevista de admissão. É justo: aceitou salário "x" por serviço "y", entregue. No prazo e com qualidade, de preferência.

Não somos apenas pessoas ocupando cargos. Somos profissionais que precisam de qualificação para encontrar estas soluções com o menor custo, em menos tempo e com maior retorno (ou menor custo financeiro) possível. Nenhum cargo existe por si só ou pela beleza do nome. A organização espera que quem ocupa o cargo desenvolva uma função capaz de otimizar o lucro ou minimizar o prejuízo. Ou os dois.

Também somos trabalhadores que precisamos, queremos, desejamos ganhar mais. Reconhecimento é muito bom. Sem ele se trabalha no insosso, mesmo com um salário razoável. Gostamos de ser reconhecidos pelo nosso trabalho, é da natureza humana. Mas o que paga as contas mesmo (e banca até umas regaliazinhas) é o vil metal. Por outro lado as empresas querem retorno de cada centavo investido, inclusive no seu, no meu, no nosso salário (lembra que uma empresa não é um grupo de amigos jogando dominó?). É preciso então fazer alguma coisa pra ganhar mais, se possível até dobrar o salário, por que não?

Não vamos conseguir dobrar nossos ganhos aumentando nossa carga de trabalho. Podemos até tentar, mas logo o cansaço vencerá. Nossa experiência acumulada, por outro lado, ainda que indispensável, se torna obsoleta diante de tanta mudança. Então não seremos bons nem no emprego principal nem no bico. O que nos faz realmente ganhar mais? Aumentar o valor do nosso trabalho. Aumentar o valor da sua, da minha hora trabalhada.

Alguns meios (lícitos e sérios, claro):

1 - Aumentar a produtividade. É preciso ganhar conhecimento técnico além da experiência para poder produzir mais e melhor no mesmo espaço de tempo que se gasta atualmente, eliminando retrabalho e desperdício. Isto exige estudo.

2 - Ascender profissionalmente. Subir de cargo ou mudar para um cargo mais bem remunerado, só com qualificação, “canudo”. Dentro da organização ou em outra empresa. Isso exige estudo. Tome cuidado apenas para não ter um “canudo” oco. Cinco anos numa faculdade para sair sem saber nada, era melhor ficar só com o ensino médio mesmo.

3 - Montar o próprio negócio. O Sebrae diz que 50% das micro/pequenas empresas quebram no primeiro ano de vida. É preciso conhecer algumas técnicas de gestão para ter sucesso num negócio próprio. Isso exige estudo. Vamos tratar as exceções como tal: mesmo quando um visionário se torna um empresário de sucesso, vai precisar de gente qualificada ao seu redor, senão a empresa não prospera por muito tempo. Como as grandes empresas começam como micro ou pequenas, sempre haverá demanda por conhecimento (pois há risco de quebra antes de virarem grandes).

Resumindo, a única coisa que aumenta o valor da hora trabalhada, da mão de obra,  da marxista força de trabalho que temos para oferecer, é estudando. Adquirindo conhecimento. Especializando-se em alguma técnica, profissão, mister, ofício. Qualificando-se. Capacitando-se. Mestrando, doutorando e até pós-doutorando-se.  

Aquelas horas que se perderiam trabalhando num bico para complementar a renda, tente substituí-las por estudo. Mesmo que não queira permanecer no emprego atual. Ou mesmo que queira permanecer nele, ou mesmo abrir seu próprio negócio. Estude. Deixe a novela da “grobo” para quem não quer nada com o sucesso. Isso poderá fazer a diferença entre passar o resto da vida fazendo bico ou progredindo.
O mercado não tem pena, não tem dó. Não há lugar para coitadinhos. Ninguém quer saber do seu problema - quando você se lamenta, as pessoas tendem a se afastar. Quando você enfrenta os problemas e vence, as pessoas tendem a se aproximar.
Nunca é cedo e nunca é tarde. Seja qual for a dificuldade que você tem, alguém tem uma maior ou a mais e está estudando neste momento. Não deixe o trem das oportunidades passar. Compre seu ingresso, esteja pronto. Se não começou ontem, comece hoje. Não há sucesso sem luta, nem vitória sem sacrifício. É uma frase feita, mas é também uma verdade imparcial. É claro que quem faz o que gosta tem mais chances de sucesso, mas isso é assunto para outro post.

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